Primeiramente, queria pedir desculpas aos meus fiéis leitores pela ausência nestas últimas semanas. Realmente, estou passando por uma fase cheia de atividades: Mapie com muitos projetos, finalização do doutorado, organização do I Fórum Nacional de Gestão Hoteleira, entre outras coisas.
O fórum foi um sucesso e já estamos ansiosos com a próxima edição. Tivemos excelentes conteúdos compartilhados com os participantes que lotaram o evento. Nossos palestrantes e painelistas fizeram um grande trabalho e ficamos muito honrados com a presença de vários presidentes e diretores de redes hoteleiras (mais detalhes no site do Hôtelier News). Minha intenção é compartilhar e debater aqui neste espaço alguns dos temas tratados lá.
Para começar, durante o painel de expansão e desenvolvimento da hotelaria brasileira, falou-se bastante sobre o modelo Ibis e retomamos o tema da ibisação do país. Claro está que este é um modelo de sucesso e a Accor tem muito mérito. A marca Ibis é tão forte que virou substantivo assim como Gilette, por exemplo. É um modelo enxuto, que oferece serviços limitados, mas sempre com um mesmo padrão de conforto e atendimento. Eu diria que é uma marca consistente. O hóspede sabe o que esperar e tem suas expectativas plenamente atendidas. Para a maior parte das viagens, o Ibis oferece tudo que é necessário. Também atrai investidores pela combinação menor valor de investimento e alta rentabilidade. Palmas para a Accor!
Agora... também acho que é prejudicial para a hotelaria nacional que estejamos tão enfocados no modelo econômico. Devemos ter cuidado, pois precisamos das referências de serviço e excelência que somente grandes marcas e grande hotéis oferecem, sob pena de nunca desenvolvermos o nosso padrão geral. Sob pena de sempre oferecermos este serviço meia-boca que vemos por aí. Nossos colaboradores não tem mais referência.
Nossos hóspedes não tem mais referência. Estamos nivelando por baixo.
Por que não somos competitivos como destino internacional? A nossa hotelaria é atraente mundialmente? Por que não temos no país grandes marcas como Park Hyatt, St.Regis, Ritz Carlton, Four Seasons e etc? Por que não temos marcas lifestyle como Andaz e W? Não merecemos este produto? Não temos espaço para isso? Como é que não cabe um hotel deste em uma cidade como São Paulo?
Faltam hoteleiros no país. Investidores que agregam a paixão pelo serviço e pelo atendimento impecável ao objetivo financeiro. É lamentável identificarmos que somos tão pouco competitivos a nível internacional. Países em desenvolvimento como a China, Índia, Tailândia, África do Sul e muitos outros possuem grandes hotéis e grandes marcas de luxo, referências mundiais de excelência, inclusive. Olhem para o nosso vizinho, a Argentina! Eles têm vários hotéis memoráveis. Será que o Brasil está fadado a operar somente Ibises de várias marcas e empresas? Onde estão os nossos hoteleiros? Como fazer para atrair investidores e hóspedes para grandes hotéis de luxo? E para terminar com uma pergunta polêmica utilizada no painel. Será que só temos espaço para hotéis para pobre? Respostas são necessárias.
quinta-feira, 24 de março de 2011
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Quem sou eu

- Carolina Sass de Haro
- Hoteleira de profissão e por paixão, especialista em gestão estratégica e gestão do conhecimento. Proprietária da Mapie Especialistas Estratégicos em Serviços, sócia da Hamburgueria do Vicente e professora da Universidade Positivo. Atuo em hotelaria há mais de 10 anos com muito prazer!