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quinta-feira, 24 de março de 2011

Há espaço para hotéis de luxo no Brasil?

Primeiramente, queria pedir desculpas aos meus fiéis leitores pela ausência nestas últimas semanas. Realmente, estou passando por uma fase cheia de atividades: Mapie com muitos projetos, finalização do doutorado, organização do I Fórum Nacional de Gestão Hoteleira, entre outras coisas.

O fórum foi um sucesso e já estamos ansiosos com a próxima edição. Tivemos excelentes conteúdos compartilhados com os participantes que lotaram o evento. Nossos palestrantes e painelistas fizeram um grande trabalho e ficamos muito honrados com a presença de vários presidentes e diretores de redes hoteleiras (mais detalhes no site do Hôtelier News). Minha intenção é compartilhar e debater aqui neste espaço alguns dos temas tratados lá.

Para começar, durante o painel de expansão e desenvolvimento da hotelaria brasileira, falou-se bastante sobre o modelo Ibis e retomamos o tema da ibisação do país. Claro está que este é um modelo de sucesso e a Accor tem muito mérito. A marca Ibis é tão forte que virou substantivo assim como Gilette, por exemplo. É um modelo enxuto, que oferece serviços limitados, mas sempre com um mesmo padrão de conforto e atendimento. Eu diria que é uma marca consistente. O hóspede sabe o que esperar e tem suas expectativas plenamente atendidas. Para a maior parte das viagens, o Ibis oferece tudo que é necessário. Também atrai investidores pela combinação menor valor de investimento e alta rentabilidade. Palmas para a Accor!

Agora... também acho que é prejudicial para a hotelaria nacional que estejamos tão enfocados no modelo econômico. Devemos ter cuidado, pois precisamos das referências de serviço e excelência que somente grandes marcas e grande hotéis oferecem, sob pena de nunca desenvolvermos o nosso padrão geral. Sob pena de sempre oferecermos este serviço meia-boca que vemos por aí. Nossos colaboradores não tem mais referência.
Nossos hóspedes não tem mais referência. Estamos nivelando por baixo.

Por que não somos competitivos como destino internacional? A nossa hotelaria é atraente mundialmente? Por que não temos no país grandes marcas como Park Hyatt, St.Regis, Ritz Carlton, Four Seasons e etc? Por que não temos marcas lifestyle como Andaz e W? Não merecemos este produto? Não temos espaço para isso? Como é que não cabe um hotel deste em uma cidade como São Paulo?

Faltam hoteleiros no país. Investidores que agregam a paixão pelo serviço e pelo atendimento impecável ao objetivo financeiro. É lamentável identificarmos que somos tão pouco competitivos a nível internacional. Países em desenvolvimento como a China, Índia, Tailândia, África do Sul e muitos outros possuem grandes hotéis e grandes marcas de luxo, referências mundiais de excelência, inclusive. Olhem para o nosso vizinho, a Argentina! Eles têm vários hotéis memoráveis. Será que o Brasil está fadado a operar somente Ibises de várias marcas e empresas? Onde estão os nossos hoteleiros? Como fazer para atrair investidores e hóspedes para grandes hotéis de luxo? E para terminar com uma pergunta polêmica utilizada no painel. Será que só temos espaço para hotéis para pobre? Respostas são necessárias.

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Hoteleira de profissão e por paixão, especialista em gestão estratégica e gestão do conhecimento. Proprietária da Mapie Especialistas Estratégicos em Serviços, sócia da Hamburgueria do Vicente e professora da Universidade Positivo. Atuo em hotelaria há mais de 10 anos com muito prazer!